Coletores de lixo denunciam condições precárias de trabalho em Três Lagoas

Trabalhadores da Financial Construtora Industrial Ltda., empresa responsável pela coleta de lixo em Três Lagoas, denunciaram ao Jornal Raio X as condições insalubres e precárias de trabalho, especialmente durante as fortes chuvas que atingem a cidade.
Entre as principais reclamações dos trabalhadores está a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, particularmente para trabalhar em condições climáticas adversas. Os coletores afirmam não possuírem os EPIs necessários, o que aumenta o risco de acidentes e problemas de saúde. Para exercer sua função com segurança, um coletor de lixo necessita de luvas impermeáveis, botas de segurança antiderrapantes, uniforme com faixas refletivas, óculos de proteção e máscara respiratória.
Em dias de chuva, são essenciais capas de chuva impermeáveis, botas de borracha mais altas e luvas à prova d'água. A ausência desses equipamentos, especialmente durante as chuvas intensas, coloca os trabalhadores em situação de risco elevado, expondo-os a possíveis quedas, contaminações e outros acidentes de trabalho.
Em meio aos temporais que causaram diversos pontos de alagamento, os coletores relatam estar trabalhando em situação de risco, escorregando nas ruas alagadas enquanto tentam realizar a coleta. A situação é especialmente crítica na região do São Carlos, próximo ao Espetinho do Zé e na área conhecida como "Pé de Galinha".
A Financial, que já é alvo de investigações do Ministério Público Estadual por suspeita de superfaturamento de R$ 2,8 milhões em contratos com a prefeitura, agora enfrenta questionamentos sobre as condições de trabalho oferecidas aos seus funcionários. Segundo documentos do MPE revelados anteriormente, o prejuízo total estimado aos cofres públicos pode ultrapassar a milhões de Reais devido a contratos e aditivos com valores acima do mercado.
Denúncias apontam que enquanto os coletores enfrentam condições climáticas adversas nas ruas, o encarregado noturno, identificado como Raimundo (conhecido como "Zóio"), permanece abrigado. A situação evidencia o contraste entre as condições de trabalho da linha de frente e da gestão.
A precariedade do serviço expõe um problema maior de infraestrutura urbana que afeta tanto os trabalhadores quanto a população. As condições inadequadas de trabalho somam-se a uma série de questões administrativas que a próxima gestão municipal terá que enfrentar.
O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização dos serviços prestados pela empresa, que já havia sido alvo de denúncias protocoladas na Câmara Municipal em julho de 2021 pela vereadora Sayuri Baez, solicitando inclusive o afastamento do prefeito Ângelo Guerreiro devido às irregularidades nos contratos.
Nossa equipe continuará acompanhando o caso e documentará, nas próximas semanas, uma jornada completa destes trabalhadores para registrar a realidade enfrentada por esses profissionais essenciais para a manutenção da limpeza e saúde pública da cidade,
Fonte: https://www.jornalraiox.com.br/tres-lagoas/noticia/9617/coletores-de-lixo-denunciam-condicoes-precarias-de-trabalho-em-tres-lagoas
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