Falhas na regulação de exames e especialidades em Três Lagoas: Médicos denunciam problemas que pacientes enfrentam

Falhas na regulação de exames e especialidades em Três Lagoas: Médicos denunciam problemas que pacientes enfrentam

O Jornal Raio – X foi procurado por médicos que atuam na Prefeitura de Três Lagoas e denunciaram problemas no Sistema Nacional de Regulação (SISREG), onde evidenciam dificuldades na solicitação de exames e encaminhamentos através da plataforma responsável pelo gerenciamento de consultas e exames no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Três Lagoas, o sistema que deveria otimizar o acesso aos serviços de saúde tem se tornado um entrave para pacientes e profissionais.

 

O SISREG é uma ferramenta online desenvolvida para ordenar e regular o fluxo de pacientes no SUS, funcionando como intermediário entre as unidades básicas de saúde e os serviços especializados. O sistema deveria agilizar o processo de marcação de consultas e exames, mas tem apresentado falhas operacionais significativas.
 

Médicos da atenção primária e médicos especialistas denunciam ao Jornal Raio - X uma prática recorrente na regulação municipal: a devolução injustificada de solicitações tecnicamente corretas. "Somos especialistas e sabemos o que nossos pacientes precisam. É inadmissível que devolvam nossas solicitações questionando informações que já estão claramente descritas", desabafa um dos médicos entrevistados.
 

Um médico regulador que está sempre sendo citado por colegas médicos, Dr. Rafael Grassi Cassemiro, que atua como regulador ambulatorial. Concursado originalmente como ginecologista, Casemiro foi remanejado para a regulação, onde, segundo relatos, frequentemente devolve solicitações dos próprios colegas especialistas, comprometendo o fluxo do sistema.
 

Um exemplo envolve gestantes que necessitam de ultrassonografias morfológicas. "Os pedidos são devolvidos repetidamente até passar do prazo ideal que é entre a 21° e 24° para realização, após passar esse prazo eles negam o pedido. É uma tática que parece mascarar a falta de vagas no sistema", revela um profissional da linha de frente.
 

Em 2024, uma suposta iniciativa para reduzir filas revelou-se uma manobra controversa. "Em vez de aumentar os atendimentos, estão cancelando solicitações antigas sem avisar os pacientes. As pessoas continuam esperando uma ligação sem saber que seus pedidos já foram cancelados no sistema", denuncia uma fonte da unidade básica.
 

A tensão atingiu níveis críticos quando especialistas se recusaram a reescrever pedidos tecnicamente corretos. "Como podem médicos reguladores, que nunca viram os pacientes, terem mais poder decisório que nós, que fazemos o atendimento presencial?", questiona um especialista ouvido pela reportagem.
 

Consequências das falhas 
 

● Atrasos em diagnósticos e tratamentos

● Vencimento de prazos para exames cruciais

● Sobrecarga do sistema

● Desgaste entre profissionais

● Prejuízo direto aos pacientes
 

O cenário exige:
 

● Auditoria das devoluções injustificadas

● Revisão dos critérios de regulação

● Respeito à autonomia dos especialistas

● Transparência no processo

● Priorização do atendimento ao paciente
 

A situação evidencia problemas sistêmicos que comprometem o atendimento público de saúde, em Três Lagoas. Enquanto médicos reguladores e assistentes disputam autonomia, pacientes aguardam em filas invisíveis por atendimentos que podem nunca acontecer.

 

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