Mario Celso Lopes Candidato a Prefeito em Andradina-SP, "declarou bens de pouco mais de 100 mil reais e ocultou patrimônios”

Mario Celso Lopes Candidato a Prefeito em Andradina-SP,  "declarou bens de pouco mais de 100 mil reais e ocultou patrimônios”
Empresário Mario Celso Candidato a Prefeito na cidade de Andradina SP
Mario Celso Lopes Candidato a Prefeito em Andradina-SP,  "declarou bens de pouco mais de 100 mil reais e ocultou patrimônios”
Mario Celso Lopes Candidato a Prefeito em Andradina-SP,  "declarou bens de pouco mais de 100 mil reais e ocultou patrimônios”

Por: José Carlos Bossolan

ANDRADINA – O pré-candidato a prefeito de Andradina, Mário Celso Lopes (PSDB), protocolou na quarta-feira (23/09), seu pedido de registro de candidatura ao cargo junto à Justiça Eleitoral (processo 0600154-12.2020.6.26.0009) e “escancara” de certa forma, a farsa de estar como “megaempresário”, “visionário”, não passando de mero “projeto de marketing político”. Ao menos é o que diz sua declaração de bens eleitoral.

Em tese, pode recair sobre Mário Celso a acusação de abuso de poder econômico (matérias e vídeos), ocultação de patrimônio (omissão na declaração), tentativa de capitação ilícita de sufrágio (anúncio de empregos) e campanha antecipada (promoção pessoal enganosa).

Mário Celso Lopes declarou à Justiça Eleitoral a somatória de seus bens em R$ 134.396,74, distribuídos em R$ 25.724,77 em quotas de uma cooperativa agropecuária, R$ 100.000,00 em dinheiro (espécie) e R$ 8.671,97 em quotas de uma cooperativa de crédito. O valor declarado por Mário Celso é 10 vezes inferior ao declarado pelo pré-candidato a vice-prefeito em sua chapa, Paulo Pereira Assis (PV), cuja declaração de bens é de R$ 1.148.189,60.

PROPRIEDADES

Registrado na Receita Federal em 17/10/2018, o thermas que está em construção no município de Andradina (CNPJ. 31.785.779/0001-21), prometido como transformação do cenário turístico, com impactos regionais, deixando transparecer que o proprietário do empreendimento é ninguém menos que Mário Celso Lopes é mentira! O político não passou de beneficiário das obras para promoção pessoal, inclusive com a finalidade eleitoreira, já que o imóvel não está cadastrado em seu nome, e sim de seus filhos Mário Celso Lincoln Lopes e Lívia Correa Lopes.

Também longe dos R$ 500 milhões que estariam previstos de investimentos, amplamente divulgado na imprensa, o capital social declarado da empresa é de R$ 13.021.800,00 constante na Receita Federal, ou seja a diferença divulgada em relação a declarada e propagada é de R$ 486.978.200,00.

A evidência, é que Mário Celso Lopes, não ressurgiu das cinzas como o pássaro da mitologia grega Fênix e estaria “quebrado financeiramente”, tentando chegar à Prefeitura de Andradina, como uma forma se “sobrevivência” financeira.

O shopping center na entrada de Andradina (CNPJ. 08.009.111/0001-70), também está registrado em nome de seu filho Mário Celso Lincoln Lopes e seu neto Mário Celso Lopes Neto. O capital social declarado na Receita Federal é de R$ 30.000,00; Isso mesmo, trinta mil reais e também legalmente não é de propriedade do político que se deixa rotular como “megaempresário bem sucedido e visionário”.

Nem o hotel construído anexo ao shopping está em nome do empresário. O proprietário cadastrado na Receita Federal é Livia Correa Lopes, com capital social de R$ 10 mil (CNPJ. 17.055.398/0001-66).

Como se pode verificar, Mário Celso Lopes não é legítimo proprietário de alguns imóveis, mas transparece como legítimo proprietário, mas não é.

Na enciclopédia livre, Wikipádea, Mário Celso Lopes aparece como proprietário do Oeste Plaza Shopping de Andradina, Ibis (Oeste Plaza Hotel de Andradina) e do Parque Aquático Acqualinda.

OCULTAÇÃO

Nos bens declarados pelo pré-candidato, Mário Celso, deixou de declarar a participação na empresa MCL Empreendimentos e Negócios Ltda (CNPJ. 64.766.967/0001-61), aberta em 22/10/1990. Em consulta ao site da Receita Federal na noite desta quarta-feira (23/09), nossa reportagem apurou que Mário Celso Lopes, figura como sócio-administrador da empresa, que possui capital social declarado de R$ 36.741.283,00, fato não declarado à Justiça Eleitoral.

Mário Celso Lopes, também não declarou a Justiça Eleitoral, sua participação no capital social de um posto de combustíveis, no valor de R$ 660.411,00, em sociedade com seu filho. Nesta empresa, o pré-candidato aparece como sócio no site da Receita Federal, em pesquisa realizada por nossa reportagem na tarde desta quinta-feira (24/09).

POLITICAGEM

Em meio à população regional, especialmente de Andradina, Mário Celso Lopes era considerado o proprietário do shopping, do hotel, de diversos imóveis, e por último do thermas em construção às margens da rodovia Marechal Rondon.

De fato não é o legítimo dono, em se tratando de registros oficiais. Mas passa a imagem de empresário bem sucedido, trás a tona as verdades, após declarar seus bens à Justiça Eleitoral. Mário Celso Lopes, em se tratando do Acqualinda, não passa de “garoto propaganda” e “alpinista político”. Desde o anúncio da construção do empreendimento, em quase todos os vídeos e matérias publicadas, especialmente produzidas pela assessoria de imprensa do thermas, transparece que o pré-candidato a prefeito de Andradina seria o verdadeiro dono. Não é!

Todos os anúncios das áreas de lazer do thermas, Mário Celso é quem aparece comunicando o início da obra e suas atrações. Quando o poço profundo jorrou água, Mário Celso se banhou nas águas com a prefeita de Andradina, Tamiko Inoue (PSDB), como se fosse o legítimo dono, quando os legítimos proprietários quase nunca apareceram em ações de marketing do parque aquático.

Um carro elétrico aparentemente importado dos Estados Unidos, apresentado no Dia Mundial do Meio Ambiente, novamente é Mário Celso quem aparece “se gabando”.

Também foi de Mário Celso o anúncio em julho deste ano, que o complexo turístico iria gerar 3.000 empregos (em 2019, o anúncio seria de 2.000), criando expectativa na população do município, de conseguir emprego na construção e futuras instalações. Relatos dão conta que parte da mão de obra utilizada nas obras são de pessoas com residência fixada em Andradina a mais de 2 anos. Grande parte dos materiais utilizados na construção, também não teria sido comprado no comércio de Andradina.

Fica evidenciado, que o objetivo maior de apresentar-se como o “dono” do thermas, tem como propósito a promoção pessoal com a finalidade eleitoral do tucano Mário Celso, inclusive “enganando” a população de Andradina e até mesmo da região, que não tem conhecimento de outro proprietário das empresas “atribuídas” ao pré-candidato, quando legalmente não são de sua propriedade.

Só em uma das principais revistas de Andradina na edição de julho, Mário Celso foi destaque exclusivo na capa e mais 14 páginas, contanto “estórias” que hoje ascende à impressão que não era para “boi dormir” em termos populares, mas para “enganar eleitores de Andradina”.

Mário Celso vem usando empreendimentos de familiares em promoção pessoal com finalidade politica, aproveitando-se da divulgação de conteúdos (matérias e vídeos), distribuídos para veículos de comunicação por meio da assessoria de imprensa de uma das empresas do não dono, mas “garoto propaganda”.

Pelos fatos apurados até aqui por nossa reportagem, Mário Celso Lopes está mais para “encantador de inocentes”, do que “encantador de serpentes”.

Até a senadora Simone Tebet (MDB/SP), em um vídeo de apoio a Mário Celso, acha que o “empresário” seria proprietário do shopping e do parque aquático em construção no município de Andradina, segundo citação da parlamentar.

BLOQUEIO DE BENS

Em julho do ano passado, a Justiça Federal de Andradina, chegou a bloquear bens móveis de Mário Celso Lopes, para pagamento de débitos tributário com a União, no valor de R$ 357.926.835,18.

O mesmo aconteceu na “Operação Greenfield”, que levou Mário Celso Lopes, preso temporariamente em 08 de março de 2017 e os bens também foram indisponibilizados pela Justiça Federal do Ditrito Federal, onde o empresário responde processo criminal por gestão fraudulenta contra os fundos públicos de pensão Petros e Funcef, que segundo o Ministério Público Federal, gerou prejuízos bilionários aos fundos que realizaram aporte financeiros em um de seus negócios no ramos de celulose e reflorestamento.

 

fonte: ofoco.net.br