Saneamento básico como direito universal: O retrato de comunidades esquecidas em meio ao descaso público em Três Lagoas

POR: MARCOS BOCATO
Em Três Lagoas, cidade conhecida como uma das mais ricas da região, onde a arrecadação anual alcança cifras bilionárias, duas grandes ocupações - a São João e Yamaguti - permanecem como símbolos do abandono e da desigualdade social. Nessas comunidades, a ausência de saneamento básico revela uma realidade sombria: não há água potável, energia elétrica ou rede de esgoto.
Famílias inteiras, incluindo mães, trabalhadores, crianças e idosos, sobrevivem em condições insalubres.
Enquanto algumas utilizam fossas negras rudimentares, outras recorrem a privadas arcaicas, remanescentes do século XVIII. A água potável, um direito básico, chega em galões plásticos carregados manualmente para o consumo diário. Essa precariedade expõe os moradores a doenças graves, como viroses e problemas pulmonares, em uma situação que deveria ser inadmissível no século XXI.
Três Lagoas se destaca economicamente com arrecadações vultuosas, mas a distribuição desses recursos é alvo de severas críticas.
Obras intermináveis, shows milionários e decorações extravagantes que mascaram problemas estruturais parecem ser prioridade para o Poder Público.
Enquanto isso, comunidades como São João e Yamaguti permanecem invisíveis para as políticas públicas.
A gestão pública da cidade é frequentemente acusada de favorecer uma elite oligárquica, com privilégios hereditários ocupando espaços de decisão.
O atual prefeito, Cassiano Maia, enfrenta críticas por representar interesses das elites econômicas como a especulação imobiliária, enquanto ignora questões essenciais como o saneamento básico dessa população.
Retrato de descaso do Poder Público com ocupações São João e Yamaguti que não possuem saneamento básico (Foto Divulgação)
A marginalização das comunidades mais vulneráveis é vista por muitos como um reflexo de um modelo político que prioriza interesses privados em detrimento do bem comum.
O saneamento básico é um direito universal, garantido pela Constituição Federal e pelos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Negar esse direito é violar a dignidade humana e perpetuar a exclusão social.
É inaceitável que, em uma cidade com tantas riquezas, centenas de famílias vivam em condições subumanas.
As vozes de São João e Yamaguti clamam por justiça, igualdade e dignidade. A população exige que a prefeitura assuma a responsabilidade e implemente políticas públicas inclusivas, priorizando o básico como acesso a água potável, saneamento, energia elétrica e moradia digna.
Fonte: https://www.jornalraiox.com.br/tres-lagoas/noticia/9927/saneamento-basico-como-direito-universal-o-retrato-de-comunidades-esquecidas-em-meio-ao-descaso-publico-em-tres-lagoas
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